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Como fica a vida sexual depois do câncer de mama?
Como fica a vida sexual depois do câncer de mama?

13/10/2014 03:00

 

Aproveitando que o mês de outubro é conhecido pelo combate ao câncer de mama, destaco uma matéria interessante que pode esclarecer alguns questionamentos para quem está passando por uma situação delicada de recuperação do câncer de mama.

Muitas mulheres, que passaram pelo tratamento e conseguiram vencer essa dificuldade, agora enfrentam algo que pode parecer mais simples, (afinal, superaram a doença que poderia ter tirado suas vidas) que é a vida sexual.

Esse desafio passa longe de ser considerado irrelevante, não é apenas o ato sexual que está em jogo, e sim a autoestima, segurança, sensualidade e amor próprio, e sabemos que estas áreas, quando mal elaboradas, influem diretamente na vida social, espiritual, profissional e afetiva da mulher. Segue a opinião e dicas de uma psicóloga sobre o assunto.

 

 

 

"A decisão da atriz Angelina Jolie de divulgar publicamente sua dupla mastectomia fez mais que dobrar o número de mulheres britânicas em busca de testes genéticos de câncer de mama, de acordo com uma pesquisa divulgada no dia 19 de setembro. O estudo do chamado “Efeito Angelina”, publicado pelo periódico Breast Cancer Research, foi feito em 21 clínicas e centros genéticos regionais do Reino Unido. 

 
As mulheres portadoras da doença além de terem que lidar com aspectos relacionados ao físico, como dor e mutilações, passam por forte impacto psicológico, resultando em sentimentos de várias intensidades e naturezas, como medo, dúvida, angústia e ansiedade. Para a sexóloga e neuropsicóloga Sônia Eustáquia Fonseca “pelo alto índice de mortalidade o diagnóstico do câncer de mama é quase sempre associado com a morte, fazendo com que seja aterrorizante e difícil de ser enfrentado”.
 
Além disso, o câncer de mama também apresenta um grande impacto na vida sexual da mulher. “Passada essa luta contra o câncer, contra a morte, a mulher depois de vencer tudo isso ainda precisa lidar com o seu corpo modificado. O câncer afeta a imagem corporal dessa mulher e os diferentes aspectos da sua vida social. A feminilidade é comprometida com a retirada da mama, parte do corpo com a qual a mulher se identifica, e o sentimento vivido após essa perda produz modificação nos objetivos e planos de vida”, diz a sexóloga.
 
E se no social já é difícil, na vida afetiva também há outros grandes desafios “Algumas mulheres valorizam a dimensão afetiva da sexualidade em suas formas de sedução, troca de carícias, cumplicidade, toque etc. Outras mulheres sentem-se péssimas por não conseguir se relacionar com o próprio corpo e com o parceiro.  Algumas relatam que antes da doença eram mais alegres  e que depois se transformaram em pessoas tristes, reservadas e isoladas do meio social. São mulheres que associam a sexualidade ao aspecto genital, e durante as relações sexuais sentem-se inibidas, e tentam ocultar a mama mutilada mesmo quando colocam prótese de silicone”, diz Sônia Eustáquia.
 
E é aí que entra a importância do parceiro e as formas como ele pode ajudar. “Normalmente o parceiro não sabe como agir. Os seios de sua mulher, anteriormente pensados e tratados como ponto de erotismo e prazer, se transformam em foco de tratamento ou mesmo de mutilação e produz muita confusão de sentimentos. Ele pode ajudar acompanhando a sua mulher às consultas e tratamentos, respeitando a privacidade do corpo dela e se aproximar dessas mamas só quando solicitado. O mais importante é que ele tente não fazer de conta que nada está acontecendo e encare as conversas sobre o assunto. Ficar mais romântico, privilegiar os comportamentos românticos e sensuais que não levam em conta os seios, por exemplo, é uma boa dica”, afirma Sônia."